Wilhelm Wundt

     O defensor da consciência como sendo o objeto de estudo  da Psicologia    

Wilhelm Wundt (1832 - 1920) nasceu na Alemanha e teve uma infância marcada por uma profunda solidão. Obtinha  baixas notas na escola e foi criado como um filho único, pois seu irmão estudava em um internato. Seu único amigo da mesma idade era um garoto que tinha problemas de retardamento mental. Para ganhar a vida e estudar ciência ao mesmo tempo resolveu estudar Medicina e doutorou-se em 1885. No curso de suas pesquisas fisiológicas em Heidelberg, Wundt começou a conceber uma Psicologia que fosse uma ciência experimental e independente. Apresentou sua proposta de uma nova Psicologia na obra: Contribuições para a teoria da percepção Wundt sensorial, que foi publicada em partes entre os anos de 1852 e 1862. Em 1867, ofereceu em Heidelberg o primeiro curso de Psicologia fisiológica que se tem notícia na História. Durante os anos seguintes, as edições de seu livro serviram aos psicólogos experimentais como uma fonte de informação e um registro do progresso da nova Psicologia, proposta por ele. Em 1875, ingressou na Universidade de Leipzig como docente e fundou um laboratório e, em 1881, a revista Estudos Filosóficos, que se constituiu no órgão oficial do novo laboratório e da nova ciência. Suas conferências tornaram-se populares e muito freqüentadas.

A Psicologia de Wundt recorreu aos métodos experimentais das ciências naturais, especialmente pelas técnicas usadas pelos fisiologistas. O objeto de pesquisa da Psicologia de Wundt era a consciência. Segundo ele, os psicólogos deveriam ocupar-se do estudo da experiência imediata, e não da mediada. Wundt pretendia analisar a mente ou consciência até chegar a seus elementos ou partes componentes, assim como os cientistas naturais decompunham seu objeto de estudo, o universo material. Sua Psicologia ficou conhecida como a ciência da experiência consciente, na qual o método psicológico deveria envolver a observação dessa experiência. Como só a pessoa que vivenciou a experiência pode observá-la, o método é denominado de introspecção. A introspecção, ou percepção interior, como era praticada no laboratório de Wundt, seguia condições experimentais estritas, que obedeciam a regras explícitas. Tendo definido o objeto de estudo e o método da Psicologia, Wundt entrou para a história da Psicologia enquanto ciência. Sua posição, como a de qualquer inovador, esteve sujeita a críticas que enfocavam muitos pontos de sua técnica experimental de introspecção. Entretanto, durante o tempo de vida do psicólogo alemão, foi difícil tecer críticas a seu sistema, principalmente porque ele escrevia muito bem, com rapidez e estava sempre na defensiva. Quando um crítico fazia um ataque a suas idéias, ele já havia modificado sua argumentação numa nova edição de seu livro. Apesar de a posição de Wundt não ser um tópico de discussão ativa da Psicologia contem porânea, já há alguns anos, suas realizações não são diminuídas, pois ele forneceu elementos decisivos para a estruturação da moderna Psicologia experimental.

Indicação de leituras:

SHULTZ, D. P. & SHULTZ CHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna, São Paulo: Edit

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