Henry Wallon


Henry Wallon

Para Wallon, o estudo das emoções demonstra a utilidade da dialética como método de análise para a Psicologia. Henry Wallon nasceu na França em 1879. Antes de se formar em Psicologia, passou pela Filosofia e pela Medicina e, ao longo de sua carreira, foi cada vez mais se aproximando da educação. Considerava que, entre a Psicologia e a Pedagogia, deveria haver uma relação de contribuição recíproca. A Pedagogia oferecia campo de observação à Psicologia e a Psicologia, ao construir conhecimentos sobre o processo de desenvolvimento infantil, oferecia um importante instrumento para o aprimoramento da prática pedagógica. A Psicologia Genética estuda os processos psíquicos em sua origem, parte da análise dos primeiros e mais simples processos pelos quais cronologicamente passa o sujeito. Para Wallon, essa era a única forma de não dissolver em elementos separados e abstratos a totalidade da vida psíquica. Wallon propõe a psicogênese da pessoa completa. Considera que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano e observa o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribui a atividade infantil: afetivo, motor e cognitivo. Para ele, o estudo do desenvolvimento humano deve considerar o sujeito como “geneticamente social” e estudar a criança contextualizada nas relações com o meio. Segundo Wallon, para a compreensão do desenvolvimento infantil, além dos dados fornecidos pela Psicologia Genética, é preciso recorrer a dados provenientes de outros campos de conhecimento. A Neurologia, a Psicopatologia, a Antropologia e a Psicologia infantil foram os campos de comparação privilegiados por ele. Quanto aos procedimentos metodológicos para se ter acesso à criança, Wallon elege a observação como o melhor instrumento da Psicologia Genética, pois ela permite o acesso à atividade da criança em seus contextos, condição para que se compreenda o real significado de cada uma de suas manifestações. Ele sugere que se estude o desenvolvimento infantil tomando-se a própria criança como ponto de partida, buscando-se compreender cada uma de suas manifestações no conjunto de suas possibilidades, sem a prévia censura da lógica adulta. O estudo da criança contextualizada possibilita que se perceba que, entre seus recursos e os de seu meio, instala-se uma dinâmica de determinações recíprocas. Conforme as disponibilidades da idade, a criança interage mais fortemente com um ou outro aspecto de seu contexto, retirando dele os recursos para seu desenvolvimento. A psicogenética walloniana contrapõe-se às concepções que vêem no desenvolvimento uma linearidade. Para Wallon, freqüentemente se instala, nos momentos de passagem, uma crise que pode afetar visivelmente a conduta da criança.

Indicação de leitura: WALLON, Henry. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Editorial Estampa, 1975. _______. As origens do pensamento na criança. (publicado originariamente em 1945) São Paulo: Sarvier, 1989. _______. Do ato ao pensamento. Lisboa: Portugal Editora.

Comentários

Obras Completas de Freud

Postagens mais visitadas deste blog

Hiperatividade (TDAH/THD)

O que é nosologia? psicodiagnóstico para que serve?

DICIONÁRIO DE PSICOLOGIA

Milhares de livros completos para download

Leontiev e a Teoria da atividade