Propostas teóricas e tecnológicas
Acreditamos que uma ciência não é organizada apenas de fatos e representantes teóricos, mas sim das interlocuções que esses teóricos fazem com a historicidade do saber humano. Esse vem a ser o motivo desta referência neste texto aos estudos dos filósofos gregos. Cognitus é o particípio do verbo cognocere, que significa conhecer.
Como já abordado nos parágrafos acima, o desenvolvimento das desenvolvimento das Terapias Cognitivas esteve presente em variados contextos sociais e culturais que o impulsionaram a importantes acréscimos em seus fundamentos teóricos e em suas práticas terapêuticas. Sabemos que, em todo aporte teórico, o desenvolvimento é resultado dos questionamentos e das reflexões dos pesquisadores e profissionais que trabalham fundamentados na referida teoria. Cabe salientar que esse fenômeno também foi e continua
sendo frequente nas Terapias Cognitivas. Ao contextualizarem em seus estudos os últimos 40 anos desta abordagem, autores como Baringoltz 11, Knapp e Beck6, Abreu, Roso e col 12, Tineo 13, Vasconcelos e Machado 14 apontam a existência de um alto nível de pesquisas científicas que vem abordando estudos acerca dos processos básicosf, estudos de eficácia e
efetividade clínica, estudos sobre os processos inter relacionais da díade terapeuta/cliente, bem como estudos correlacionais investigando intervenções terapêuticas. Seguramente é devido a esse contexto consistentemente organizado e gerador de possibilidades teórica e tecnológica que, passo a passo, as Terapias Cognitivas vem se afirmando no âmbito das principais terapêuticas atuais e recebendo o interesse e respeito das diversas áreas do conhecimento humano. Neste contexto, então, falarmos das Terapias Cognitivas é uma tarefa abrangente e delicada, porém não menos gratificante. Abrangente e
delicada, pois nesta proposta, poderemos em alguns momentos não sermos relatores fiéis aos pressupostos específicos de cada abordagem. Esquecendo por vezes algum elemento considerado importante na visão dos profissionais que fazem parte de uma referida vertente teórica, ocasionando que os mesmos não se sintam contemplados na apresentação. Sendo
assim, optamos neste artigo abordar os pressupostos centrais do paradigma cognitivista, visando uma exposição que viabilize ao leitor conhecer os elos estruturantes que entrelaçam as diversas abordagens cognitivistas. A particularidade de cada abordagem será aqui apresentada através de um quadro demonstrativo (ver Quadro 5) e buscando manter-nos o mais próximos da expectativa do leitor que deseja conhecer mais as particularidades de
cada modelo, no transcorrer do artigo serão apresentados indicadores bibliográficos
que visam facilitar ao leitor a aquisição de fontes para obter maiores informações sobre os referidos modelos. Realizando dessa forma um dos fundamentos-base das Terapias Cognitivas: a ação educativa e a disponibilidade para potencializar ações auto gestoras. Guardados então esses cuidados, cabe agora focar nos pressupostos centrais comuns a todas as Terapias Cognitivas, pressupostos estes que conferem a nomenclatura de cognitivista às teorias e práticas terapêuticas que neles confeccionarem seus fundamentos.
Senso-percepção, atenção, linguagem, raciocínio, emoção, memória.
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