Psicanalistas debatem sobre psicose

Psicanalistas debatem sobre psicose

O Conselho Científico da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) promove o Ciclo Psicose, com primeiro encontro no dia 25, às 21h. Na ocasião, haverá três apresentações de psicanalistas seguidas de debates. Dois membros da casa, Maria Inês Escosteguy Carneiro e Sergio Almeida, com “Somos todos psicóticos?” e “O fenômeno psicótico essencial”, respectivamente; e Fernando Coutinho da Escola Brasileira de Psicanálise, com “Duas abordagens da psicose no ensino de Jacques Lacan”.

O psicanalista Fernando Coutinho apresentará a contribuição de Jacques Lacan, discípulo de S. Freud para o tema. “Lacan entrou na psicanálise via psicose e tinha como uma de suas máximas ‘O analista não deve jamais recuar diante da psicose’. Assim como Freud transmitiu suas descobertas através de uma obra, Lacan o fez, fundamentalmente, sob a forma de um ensino oral. Ao longo de 26 anos pronunciou 26 seminários, um por ano, e neles discorreu frequentemente sobre a psicose, que foi trabalhada sob duas ópticas, a óptica estruturalista e a óptica topológica”.

Em “Somos todos psicóticos”, a psicanalista Maria Inês Escosteguy vai assinalar que os estados psicóticos, variando em intensidade, são eventos emocionais que supõem uma ruptura com a realidade em maior ou menor grau e uma atividade fundamentalmente relacionada com os aspectos mais primitivos da vida mental. 

“A dinâmica que pode levar a esses estados tem origem evolutiva igual também nos indivíduos que não adoecem. Portanto, a possibilidade de psicotizar sempre estará presente em todos. Mas não se configura como algo imutável. A psicanálise como prática, às vezes associada a intervenções medicamentosas, oferece recursos eficazes para o tratamento desses eventos”, explica Maria Inês.

O psicanalista Sergio Almeida vai partir de indagações. “O que é a psicose? Enquanto psicanalistas, temos uma concepção unívoca do fenômeno psicótico? O que caracterizaria, psicanaliticamente, esta palavra – a psicose? Haveria nas diversas escolas da teoria psicanalítica  uma ou várias maneiras de pensar a sintomatologia psicótica, seus pródromos, o período de estado, a evolução e o prognóstico de tão severa enfermidade?”  

Ele pretende estimular o debate para postulações que muito frequentemente são dadas por estabelecidas, mas que gostaria de ver discutidas: “a existência ou não do Inconsciente durante os crises agudas psicóticas; por conseguinte, faria sentido afirmar nestes casos a ocorrência de um ‘mundo interno’; e, finalmente, como refletir sobre a exequibilidade de um tratamento exclusivamente psicanalítico para tais situações clínicas”, adianta.

As apresentações e debates serão mediados pela diretora do Conselho Científico da SBPRJ, Ana Sabrosa. O evento é aberto ao público interessado, mediante inscrição prévia e pagamento de taxa de R$ 20,00. As inscrições devem ser feitas previamente pelo e-mail sbprj@sbprj.org.brou telefones (21) 2537-1333 e 2537-1115. A SBPRJ fica na Rua David Campista, 80, no Humaitá.


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