Melanie Klein

Melanie Klein"A criança, ao descobrir sua realidade psíquica, torna-se capaz de distinguir a fantasia da realidade".
Melanie Klein nasceu em 30 de março de 1882, em Viena, e morreu em 1960. Estudou de início Arte e História na Universidade de Viena, porém, as dificuldades econômicas que se seguiram à morte do pai parecem ter sido a causa de sua renúncia aos estudos de Medicina, que ela decidira empreender com o objetivo de ser psiquiatra.
Em setembro de 1927, durante o X Congresso Internacional em Innsbruck, Klein apresentou uma comunicação, “Os estádios precoces do conflito edipiano”, na qual expunha explicitamente suas discordâncias com Freud sobre a datação do complexo de Édipo, sobre seus elementos constitutivos e sobre o desenvolvimento psicos sexual diferenciado dos meninos e das meninas.
Em sua teoria do desenvolvimento, M. Klein considerava que desde o nascimento a criança possui um ego, ego primitivo, que não é igual ao de uma criança de 6 meses, nem de um adulto, mas é capaz de experimentar ansiedade, usar mecanismos de defesa e formar relações primitivas com objetos na fantasia e na realidade. Um ego desorganizado com a tendência à organização, igual a toda tendência do crescimento fisiológico. Um ego hábil,que está em um estado de fluxo constante, variando de momento para momento seu grau de interação.

Diferentemente de A. Freud, Melanie Klein considerava o brincar como um material suscetível de interpretação no quadro da situação transferencial. As brincadeiras eram a seu ver equivalentes às fantasias, dando acesso à sexualidade infantil e à agressividade: em torno delas se podia instaurar uma relação transferencial-contra transferencial entre a criança e o analista.

Melanie Klein conferiu lugar capital à pulsão de morte, conceito que no entanto estava longe de gozar de unanimidade no seio do mundo psicanalítico. Radicalizando a posição de Freud, fez da angústia a conseqüência direta da ação da pulsão de morte no seio do organismo. Essas considerações estavam também presentes em sua concepção das fases ou posições por que a criança passava: a posição esquizo paranoide, que traduziria o modo de relação dos quatro primeiros meses da existência, seria caraterizada por uma união entre as pulsões sexuais e as pulsões agressivas, por um objeto vivido como parcial e clivado em “bom” (gratificador) e “mau” (frustrador).

Em face de suas angústias, a criança desenvolve vários tipos de defesa e de atividades reparatórias, que constituem a primeira fonte da criatividade e da sublimação. A posição esquizo paranoide e a posição depressiva voltam a se fazer presentes posteriormente na vida, em especial no adulto acometido de paranoia, de esquizo frenia ou de estados depressivos.

Leia mais

LAPLANCHE e PONTALIS, Vocabulário da Psicanálise, São Paulo: Martins Fontes, 2000.

NASIO, J-D, Introdução às Obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan, Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1995.

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Obras Completas de Freud

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